Mães aderem ao banho de balde para recém-nascidos
RACHEL BOTELHO
colaboração para a Folha de S.Paulo
Banho de balde não é nenhuma novidade -muitas mães costumam apelar a ele para fazer a higiene de crianças pequenas durante viagens e nos dias de muito calor, na ausência de piscina. Mas o uso diário do acessório, como substituto definitivo da banheira e com bebês que mal saíram da maternidade, está começando a conquistar adeptos em famílias ainda mais criativas.
A atriz Talitha Pereira, 25, mãe de Lis, de um mês e meio, achou graça quando se viu diante da foto de um bebê dentro do balde enquanto navegava na internet. "Mas depois assisti à palestra de um pediatra que ensinava a usá-lo e vi que o bebê se sente mais confortável ali. Me convenci de que é a melhor maneira de dar banho", afirma. Segundo ela, no quinto dia de vida a pequena Lis já dava pulinhos durante o banho, o que lhe garantiu o apelido de "bailarina de balde".
Estripulias à parte, o que está atraindo as mães para o acessório é a promessa de um bebê mais tranqüilo, propagada em sites de relacionamento e listas de discussão na internet. "À noite, dou o banho e ela dorme durante horas", confirma.
Embora não haja pesquisas que comprovem esse benefício, a neonatologista Miriam Rika, do hospital e maternidade São Luiz, diz que os médicos observam uma boa resposta ao banho de imersão na UTI pediátrica, onde foi instituído há cerca de seis anos. "Existem várias hipóteses: pode ser devido à posição em que o bebê fica ou pelo fato de estar submerso do pescoço para baixo."
Para o obstetra Antonio Júlio Barbosa, do hospital e maternidade Santa Catarina, a principal vantagem desse tipo de banho em relação ao de banheira é que o bebê "se molda" ao acessório. "Ele tem mais contato com a água, o que mimetiza o meio intra-uterino, que é o que se deseja quando o bebê acabou de nascer", afirma.
O neonatologista Carlos Eduardo Corrêa, que apresentou a "técnica" a Talitha Pereira, indica o balde para o banho da maternidade e para os primeiros dias de vida do bebê.
"Acho que fica mais fácil para os pais segurarem, e a criança chora menos. Faço o banho com o bebê enrolado em um pano, na água quente", diz.
O médico afirma que, por volta dos sete meses, quando a criança começa a querer ficar em pé, o balde é mais seguro do que a banheira.
A arquiteta Roselene Araújo, 44, mãe de Beatriz, 10, Heloísa, 9, e Isabela, 7, tem experiência de sobra com o utensílio --sua primogênita tomou banho de balde desde os primeiros dias até os seis anos de idade.
Durante a gestação de Heloísa, Roselene trocou o balde pela TummyTub, que descobriu na internet. O modelo, desenvolvido na Holanda especialmente para bebês de até seis meses de vida, precisou ser importado.
Muito semelhante a um balde, a TummyTub é transparente e possui alguns itens de segurança, como base antiderrapante e um centro de gravidade que ajuda a evitar acidentes. A desvantagem é o preço. Enquanto o balde comum custa menos de R$ 15, o de grife pode ser encontrado em lojas de artigos infantis por até R$ 140.
Mesmo com tanta diferença, as opiniões das mães se dividem. Para Talitha, trata-se basicamente do apelo da marca. Já Roselene considera a TummyTub muito superior ao balde comum. "Não acho que é a mesma coisa. Ele tem um desenho adaptado e uma borracha embaixo que evita o tombo", afirma. "Crianças maiores já não podem ir no balde."
Embora bebês pequenos como Lis consigam ficar sem apoio no balde por um tempo, o ideal é suspendê-los com as mãos pela região axilar.
No YouTube, há vídeos que mostram os pais segurando seus filhos pelo pescoço. De tão relaxados, alguns pegam no sono ali mesmo.
Um comentário:
Show...
Dá para deixar o pimpolho lá se divertindo...
Postar um comentário