sábado, 8 de novembro de 2008

Quotidien Viagra - 10 years

O Viagra comemora 10 anos – o que mudou na vida dos casais

Em 1998, o segurança Joaquim* e a auxiliar administrativa Márcia* tinham 41 anos de idade e oito de casamento. Naquela época, nem suspeitavam que, alguns anos mais tarde, a vida sexual deles dependeria totalmente de uma pílula azul que acabava de ser lançada: o Viagra. Assim como esse casal paulistano, milhões de pessoas em todo o mundo são beneficiadas direta ou indiretamente pelo medicamento e pelos similares que vieram depois. Mais do que o avanço científico de trazer uma solução inédita – ainda que momentânea – para a falta de ereção, a descoberta promoveu uma revolução social, como explica a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex), do Instituto de Psiquiatria da USP. Ela é autora de uma pesquisa que avaliou, entre outros fatores, o impacto do remédio na vida dos casais. O estudo, realizado em 2003, gerou o livro O DESCOBRIMENTO SEXUAL DO BRASIL (SUMMUS EDITORIAL) e envolveu 7 103 brasileiros. Desses, 45,4% eram mulheres, a maioria receptiva à medicação.

É o caso de Márcia, que, aos 47 anos, percebeu que o marido estava impotente. Tudo começou quando Joaquim resolveu atender ao chamado de uma campanha de saúde e passar por um exame preventivo de câncer de próstata. Foi a sorte. Por causa disso, descobriu a doença ainda no começo. Hoje, após ter tido a glândula retirada, está curado. O ônus da operação, entretanto, só viria alguns meses depois: não podia mais ter ereção. “Quando descobri, me deu vontade de sumir, me senti diminuído, incapaz de fazer minha esposa feliz. Cheguei a pensar que seria preferível não ter feito a cirurgia. As pessoas me olhavam na rua e eu sentia como se estivesse escrito na minha testa: ‘impotente’ ”, afirma Joaquim.

Sempre ao lado do marido, Márcia participou de tudo, desde a decisão de operar até a busca por um tratamento para a disfunção. “Casamento é mais do que sexo. Claro que eu sentia falta de transar, mas, para mim, o importante era ele estar vivo. Meu marido, entretanto, não se conformava. Por isso, me empenhei na busca por uma solução”, diz.

Com indicação médica, o casal, que passou um ano sem ter relações, começou a usar Viagra. “O remédio me trouxe paz de espírito, voltei a me sentir seguro e feliz”, conta Joaquim. E Márcia declara que não tem do que reclamar: “Hoje estamos mais próximos, nossa cumplicidade aumentou e o prazer também”.

By Melissa Diniz to Cláudia

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